A Aprendiz

Autora: Trudi Canavan

Editora: Novo Conceito

Número de Páginas: 534

Ano da Edição:  2012

Gênero: Fantasia, Aventura

     Depois de uma descoberta assustadora sobre Akkarin, o Lorde Supremo e mago mais poderoso de todo o Clã, Sonea decide ficar para aprender a controlar e a usar seus poderes. Então, as aulas dos aprendizes começam e ela está entre eles, porém ela não é aceita por ninguém. Tudo fica mais difícil quando ela é forçada a se separar de Rothen e assassinatos estranhos começam a acontecer na cidade. O medo toma conta dela quando tudo indica que quem os cometeu foi o próprio Lorde Supremo.

     Para quem não gostou tanto do livro 1 e o achou meio monótono em alguns momentos, pode ficar calmo e continuar a ler a triologia. O segundo livro vale tanto a pena de se conferir que eu não entendo como alguém não gostaria dele. É nesse volume que começamos a ver umas cenas bem movimentadas e a perceber os verdadeiros perigos da história. Não fique pensando que a triologia só vai focar em contar a história da vida de Sonea, mas sim a personagem se desenvolvendo para poder derrotar inimigos bem poderosos e inesperados.

     “A Aprendiz”, na minha opinião, é o livro mais dinâmico da série, pois possui três linhas de histórias diferentes. Na primeira, nós acompanhamos Sonea tendo suas aulas e lidando com problemas como preconceito e bullying. Além disso, ela tem que tomar muito cuidado para que Akkarin não descubra o que ela sabe sobre ele. Esses momentos da história são os meus preferidos, pois realmente admiramos a personagem e conseguimos perceber o quanto ela é esforçada, forte e inteligente. Como disse Lady Vinara: “... embora a ideia do Clã eleger sua primeira Suprema Lady seja bem interessante”.

     A outra linha da história é protagonizada por Lorlen, na qual aprendemos um pouco mais sobre o personagem e sobre quais as atribuições do Administrador do Clã. É nessa parte que também acabamos por conhecer um pouco de Akkarin e como os dois tinham uma bela amizade. Dá até pena de ver o Lorlen tendo que fingir não saber de nada que o amigo está fazendo de errado e a decepção dele. Na minha opinião, os dois conversando normalmente são as partes mais tensas da história.

     E por fim, a última linha da história é composta por Dannyl. Dá até orgulho de ver um dos nossos magos preferidos se tornando Embaixador do Clã e começando a ser realmente valorizado por suas habilidades. Nós temos revelações bem interessantes do personagem que eu não imaginava de forma alguma, mas que só tornou ele um dos personagens literários mais interessantes e adorados. Em suas missões, ele tinha que desvendar o passado de Akkarin em terras bem distantes, de forma a descobrir como o Lorde Supremo tinha adquirido conhecimento em magia negra.

     Esse livro é aquele que vai retratar temas bem necessários, como o preconceito, o bullying e a homossexualidade. Fiquei surpresa de saber que um livro de 2002 já falava sobre esse último tema, pois sinto que as pessoas só começaram a ficar mais tolerantes para esse assunto nesses últimos anos. O segundo volume é aquele que vai fazer você amar cada vez mais seus personagens e a admirar suas melhores qualidades. Quem gosta de personagens femininas fortes vai ficar totalmente entretido com “A Aprendiz”.

     O mais interessante do segundo livro são as aulas da Sonea, que são os momentos em que nós realmente conseguimos visualizar como são as três áreas mágicas, bem como a história do Clã e suas construções. As três áreas são: cura, artes guerreiras e alquimia. Eu não consigo decidir qual eu escolheria se estivesse no lugar de Sonea, pois todas são muito legais e tem aplicações interessantes de se ver. Só acho que eu iria querer saber todas, embora só possa se especializar em uma.

     Então, a história já estava bem tensa, com todos que conheciam o segredo de Akkarin (inclusive eu) super ansiosos para que ele fosse desmascarado logo. E de repente a autora nos joga uma bomba de surpresas, daquelas que vamos ficar pensando durante um tempo até conseguir ler o último livro. Pois é! Ela fez questão de nos deixar curiosos no epílogo do segundo volume, ou seja, a um capítulo de passar para o próximo livro. Não há solução a não ser esperar para poder ler “O Lorde Supremo”.

Nota: 9.5