domingo, 2 de abril de 2017

Resenha: 13 Reasons Why


Número de episódios: 13
Duração média por episódio: 55 min
Gênero: Drama
Direção: Tom McCarthy
Produção Executiva: Tom McCarthy, Selena Gomez, Joy Gorman,
Michael Sugar, Steve Golin, Mandy Teefey e Kristel Laiblin
Emissora: Netflix

     Após o suicídio de Hannah Baker (Katherine Langford), o colégio Liberty aparentemente se encontra de luto. Um memorial para a falecida, vários cartazes de “você não está sozinho” espalhados pela escola e várias conversas de “lamento tanto” e “gostava dela” surgindo nos corredores. O que se passava em sua cabeça nunca poderia ser compreendido, não é? 


     Errado! Após sua volta da escola, Clay Jenssen (Dylan Minnette), um garoto tímido e socialmente excluído do colégio Liberty, encontra uma caixa com várias fitas antigas em sua porta. Ao ouvir seu conteúdo, tem uma grande surpresa:

“Oi, é a Hannah. Hannah Baker. Não ajuste o seu... o que quer que esteja usando para ouvir isso. Sou eu, ao vivo e em estéreo. Sem promessa de retorno, sem bis, e, desta vez, sem atender a pedidos. Pegue um lanche, acomode-se. Porque vou contar a história da minha vida. Mais especificamente, por que minha vida terminou. Se você está ouvindo esta fita... você é um dos porquês.”

     Sim, Hannah havia deixado fitas, exatamente 13, narrando tudo o que aconteceu com ela e explicando os porquês dela ter tomado essa triste decisão. O que acontecia se o culpado não escutasse todas as fitas? Elas seriam postadas por um amigo de confiança de Hannah para que todos pudessem ver e causariam uma grande comoção. Qual o papel do menino mais tímido do colégio na morte de Hannah? Quais foram os seus motivos? Quem foram os seus PORQUÊS?


     Assim que eu vi o trailer de “13 Reasons Why”, fiquei completamente louca para assistir. Tudo indicava que teria uma boa história, uma boa carga dramática e um bom mistério. O que podia acontecer de tão ruim para que uma garota cometesse suicídio? Ou melhor, quais 13 coisas horríveis influenciaram na vida e na morte de uma pessoa? Essas foram as principais perguntas que surgiram na minha cabeça no momento que terminei de assistir ao trailer. Não posso deixar de negar que também pensei (assim como várias outras pessoas) na possibilidade de ser uma série bem adolescente, aquele tipo de série que não tem nenhum conteúdo maduro e envolvente. Pois é, posso te assegurar que você não vai passar por nenhum momento desse tipo nesse seriado.


     Enquanto Clay vai escutando as fitas de Hannah, o telespectador é transportado para o passado, para os acontecimentos por trás da morte da nossa protagonista. E seu sofrimento, desespero e tristeza é tão presente, que muitas vezes Clay pensa em desistir de termina-las. Fiquei bastante com esse sentimento também, perdi a conta de quantas vezes chorei ao assistir esse seriado. Acho que o mais triste de tudo é você saber que o que acontece com Hannah, acontece com várias outras pessoas. E, o pior para o protagonista era saber que nada mais poderia ser feito.


     E vocês devem estar se perguntando: o que aconteceu de tão ruim que ela se suicidou? Bem, para várias pessoas, alguns dos motivos dela são sem importância ou “acontecem com todo mundo”, ela é a “rainha do drama”. Mas, não é bem assim. Ela explica detalhadamente o que aconteceu para que ela não gostasse daquela atitude. Desde o começo, os motivos foram se juntando e se transformando uma grande bola de neve, pequenos ou não, foram significativos para o que ela fez e, principalmente, no estado mental em que ela se encontrava.


     A cada fita que passava, o telespectador se vê cada vez mais curioso e, ao mesmo tempo, mais sensível as coisas que acontecem ao redor de Hannah. Senti que um dos motivos dela ter criado essas fitas foi por vingança, ela queria que os responsáveis por sua morte pagassem e passassem por tudo aquilo que ela passou. Por isso, os acontecimentos eram narrados de maneiras bem sarcásticas.


     Um detalhe importante dessa história: não foi somente Clay que recebeu as fitas. Mas, todos aqueles que foram os seus PORQUÊS. Por isso, enquanto Clay se torturava e ouvia vagarosamente as fitas, todos os outros tentavam arrumar um modo de mantê-lo calado. Ninguém queria ser responsabilizado pela morte de Hannah. Posso dizer, que os personagens não foram o ponto forte do seriado. Como uma pessoa pode ser tão cruel a ponto de nem querer se responsabilizar pela morte de uma pessoa? E, ainda por cima, eles não queriam admitir que haviam feito coisas de errado. Ai ai...



     Não vou comentar de todos os personagens aqui para vocês. Um dos pontos mais emocionantes da série é você descobrir quem foram os responsáveis, assim como descobrir sobre suas personalidades. Me recuso a acabar com esse mistério. Só vou me contentar em dizer que gostava bastante de Hannah e Clay, eles tinham personalidades fortes e únicas. Outros que eu gostei também foram Tony (Christian Navarro), o amigo de confiança que ficava encarregado das fitas, e de Jeff (Brandon Larracuente). Este último então, o maior amorzinho. Ele era do time de beisebol do colégio Liberty. Apesar de ser popular, não era nem um pouco esnobe e babaca. Para falar a verdade ele era muito esforçado nos estudos (tinha aulas particulares com o Clay) e sempre ajudava o amigo a se socializar. Sério, não tem como não amar esse personagem <3 Pena que ele apareceu pouco.



     Se tem uma coisa que esse seriado não decepcionou foram com as suas ótimas atuações. Seria impossível o telespectador (incluindo eu) se envolver tanto com a história se não fosse por todo o sentimento que Dylan Minnette e Katherine Langford colocaram em seus personagens. Ao mesmo tempo, Kate Walsh, está de parabéns por sua atuação como Olivia Baker, a mãe de Hannah. Sério, não conseguiria pensar em uma atuação melhor para uma mãe de luto e desesperada para encontrar os motivos por trás da morte da filha. Todos estão de parabéns.

     Apesar de tudo isso: ótima história, trama e atuações, o mais importante do seriado é o sentimento que ele te passa. É impossível você não sentir aquela empatia pelo próximo depois de assistir à “13 Reasons Why”. O objetivo principal da série, foi chamar a atenção para esse tipo de situação. Por que as pessoas maltratam as outras? Elas não conseguem perceber que estão ferindo alguém? Elas se importam só consigo mesmas? Elas sequer se importam? Ele é aquele típico seriado que você sai com várias coisas a pensar e repensar.


     Por isso, acho que o seriado está de parabéns. Ele conseguiu alcançar seu objetivo: tocar o coração das pessoas (pelo menos fiquei bastante tocada). Suicídio ainda é um assunto muito tabu, por isso, achei interessante o jeito que eles abordaram esse assunto. Se todos se juntassem, parassem de tentar humilhar outras pessoas e dessem seu melhor para ajudar o próximo, várias situações poderiam ser evitadas.

     Recomendo esse seriado para todos aqueles que gostam de um bom mistério e que, ao mesmo tempo, gostam de temas reflexivos. Espero que vocês se emocionem, chorem, sofram e gostem tanto quanto eu. :)

Nota: 9

ATENÇÃO: NÃO RECOMENDO ESSE SERIADO PARA AQUELES QUE ESTÃO PASSANDO POR UM MOMENTO DIFÍCIL. 

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