sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Resenha: Como eu era antes de você


Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 320

     Hoje venho falar do tão famoso livro “Como eu era antes de você”. Na época que lançou o filme no cinema todo mundo estava comentando da história de amor entre Lou e Will. Já que muitas amigas falaram que o livro era ótimo e tudo o mais eu decidi começa-lo. Estava um pouco temerosa de ler “Como eu era antes de você”, justamente porque a história já dá a entender que é bem possível um final trágico. Mas, finalmente terminei a obra de Jojo Moyes e vou falar aqui minha opinião sobre ele para vocês.

     Louisa Clark é uma mulher de 26 anos que vive com sua (grande) família: mãe, pai, irmã, sobrinho e avô. Ela trabalha como garçonete de um pequeno café na cidade, que mesmo não pagando muito bem, ajuda nas despesas de casa. Apesar disso, ela gosta de seu tímido emprego.

     Sua rotina passa a mudar quando Lou é demitida do café, que iria fechar com a abertura de um novo em um ponto turístico da cidade. Completamente perdida e precisando ajudar nos custos de casa, ela se esforça para conseguir um novo emprego. Sua chance surge quando uma vaga de cuidadora de um deficiente físico aparece.

    Lou deveria cuidar de ninguém menos do que Will Traynor um rico, inteligente e mal-humorado homem de 35 anos que ficou tetraplégico após um acidente. Acontece que ele possui um plano para sair dessa situação e trata a todos a sua volta com amargura. O que Lou e Will não contavam era com o surgimento de um sentimento mais forte entre os dois.

     Geralmente prefiro ler livros de aventura e suspense, mas “Como Eu Era Antes de Você” me reacendeu aquela antiga paixão por livros de romance. Me surpreendi bastante de ter gostado tanto da obra de Jojo Moyes. Mesmo pecando em vários pontos, achei que ela conseguiu criar personagens cativantes a sua maneira e nos passa a lição de que nem sempre sabemos o que a pessoa está passando ou o que ela realmente está sentindo.

     Mal tinha começado a ler o livro e acabei assistindo o filme. Por incrível que pareça, não desanimei de terminar de ler só porque já sabia tudo que iria acontecer. Jojo Moyes conseguiu criar um ambiente tão familiar e confortável que não consegui desgrudar do livro. E o mais legal era que no filme muitos coisas foram ocultadas e muitas outras foram modificadas, então não deixa de ser interessante e surpreendente diversos acontecimentos.

    Um aspecto que achei bem diferentes de ambos (filme e livro) foram os personagens. Achei que alguns do filme eram BEM mais cativantes do que do livro. Mas, depois de um tempo percebi que estava enganada, principalmente quando era contado o que os personagens sentiam e pensavam. Me coloquei no lugar de cada um e passei a entende-los e a gostar cada vez mais deles. É claro, alguns fiquei odiando do mesmo jeito...

    De início não gostei nem um pouco da Lou. Fala sério, você precisando de emprego e vai ficar fazendo de difícil para todos que aparecerem? E ainda por cima, ela antes estava tão centrada no seu mundinho que nem sabia quem realmente era ou do que ela gostava ou até mesmo o que ela queria. Me irrita personagens que não conseguem sonhar alto e só ficam esperando uma oportunidade cair em suas cabeças. Na hora que ela começou a falar um pouco sobre si mesma, pensei: “Não é possível que vai ser outra protagonista a la Bella do Crepúsculo”. Mas, ainda bem que ela deu uma corrigida depois. E até gostei dela ter um estilo próprio e usar as roupas que ela gostava. E com o passar do tempo Lou começou a se descobrir, a ficar ambiciosa e a querer viver mais. Se antes eu não gostava dela nem um pouco por sua falta de atitude, sua bondade e personalidade forte conseguiram me conquistar completamente. Passei a gostar muito da personagem e posso dizer que ela é uma das minhas preferidas.

     Depois que passei a conhecer sua família, entendi até um pouco porque ela era meio “bundona”. Eles eram bem sem noção, não davam nenhuma confiança para Lou, não paravam de falar que a irmã era a esperança da família, não confiavam que ela conseguiria um emprego e ficavam o tempo todo fazendo piadinhas referentes a sua capacidade e trabalhos. Sério, que tipo de pais não dão apoio para a filha? Sorte que depois demonstraram bastante orgulho e carinho por Lou. Pelo menos isso, né?

     A “esperança da família”, Katrina, irmã de Lou, foi a primeira da família a entrar na faculdade e teve que desistir quando ficou grávida de Thomas. Havia vários momentos em que ela era egoísta e parecia que achava que o mundo girava em torno de si. Mas, tenho que admitir que ela tinha um pouco de razão quando começou a ser mais ambiciosa, afinal ela tinha que dar uma vida boa para o filho e para ela mesma, queria ganhar sua independência. No começo achei ela bem insuportável, mas depois fui pegando carinho por ela, principalmente porque Katrina era a que mais acreditava na irmã e a apoiava para o que der e vier.

    Um personagem que você não consegue odiar nem no começo é Will Traynor. No início ele era bem desagradável e fazia várias coisas para testar Lou. Ele é bem sínico, arrogante, convencido e sarcástico, o que nos proporciona ótimas risadas durante o livro. Mas depois que você passa a vivenciar tudo o que ele passa, você até entende um pouco o seu jeito de ser. Ele foi o motivo principal de Lou conseguir enxergar o tanto que perdia oportunidades e tinha muita capacidade para fazer o que queria. Tinha um gosto bem apurado para músicas, livros e filmes, o que só fez com que eu gostasse cada vez mais dele. Depois de um tempo você percebe o tanto que ele gosta de Lou e como ele é um bom homem e não gosta de preocupar as pessoas a sua volta. O personagem mais cativante do livro.

    Para auxilia-lo em questões médicas, Will possuía um enfermeiro que cuidava de suas necessidades básicas, Nathan. Ele foi um personagem que eu gostei bastante também. O leitor percebe que ele não está lá apenas para fazer seu trabalho, mas que Nathan sente um carinho especial por Will. Você percebe a amizade entre os dois e o quanto ele se preocupa com o amigo. Até mesmo não mediria palavras caso Lou fizesse alguma coisa de errado nos cuidados de Will. Foi um personagem que me deu várias coisas para pensar...

     Um dos personagens mais odiados do livro? Patrick, o namorado de Lou. Sinceramente, não consigo ver o que ela enxergou nele para querer ter qualquer tipo de relacionamento amoroso com “Pat”. Ele se achava demais e sempre ficava esnobando seus trabalhos. Para falar a verdade ele nem ligava para ela direito e só estava interessado nas suas atividades físicas e em seus negócios. Acho que nem mesmo a Lou sabe o que viu nele. Irritava bastante, ele parecia uma daquelas típicas pessoas obcecadas com atividade física que só comem salada e evitam qualquer tipo de comida gordurosa. Não ligo para controlar bastante a alimentação, afinal é necessário cuidar da saúde, mas também tem que ter um limite né? Um personagem que você não consegue gostar de nada nele. Minhas partes preferidas são quando Will fazia comentários ácidos para deixa-lo com ciúmes. haha

     Se teve uma personagem mal compreendida por mim no início foi Camilla Traynor, a mãe de Will. Me estressava que ela muitas vezes parecia que não conseguia nem olhar para o filho. E o pior era que tratava a Lou como se ela fosse uma idiota. Mas, você passa a entender os motivos dela ser tão cautelosa e percebe o tanto que ela ama o Will e quer dar a ele um motivo para viver. Uma das partes mais bonitas do livro é uma em que Camilla passa a ser a narradora. O leitor começa a saber as pequenas coisas que ela faz para dar a ele um motivo para se reerguer. Odiava ela no começo e depois passei até a olha-la com carinho e me colocar no lugar dela.

     Outro personagem odioso foi o pai de Will, Steve Traynor. Ele aparentava ser o mais feliz dos Traynor, o que me dava muita raiva. Como se já não bastasse o filho estar em uma situação bem difícil, ele ainda traia a esposa. Havia momentos em que acho que ele nem se preocupava muito com Will e nem ligaria tanto se ele morresse. Sério, outro personagem que não consegue salvar nada.

     Se eu pudesse falar em uma frase o que o livro consiste diria que a história mostra a convivência entre Lou e Will, enquanto um guarda o segredo de que quer se matar em 6 meses e o outro quer desesperadamente mostrar que ainda há muita coisa a se viver. Se parar para pensar, não é uma história fácil de ler, principalmente porque o leitor fica pensando se Lou conseguirá fazer com que Will mude de ideia. Por esse motivo fiquei tensa e ansiosa o livro inteiro (mesmo sabendo o final).

     O livro também tem o objetivo de mostrar como é a vida de um tetraplégico. Como é difícil viver em uma situação completamente oposta de sua vida anterior, as dificuldades passadas em estabelecimentos, as constantes dores que os atingem e as incansáveis idas ao hospital. Com isso, o leitor consegue até entender (pelo menos um pouco) como Will se sente e se colocar no lugar do personagem.

     Com toda essa temática meio “deprê” o que amenizava o ambiente eram os constantes diálogos entre Will e Lou. Sério, os dois juntos eram super engraçados. É hilário ver como a relação entre os dois se iniciou, com um implicando com o outro. E havia momentos em que Will era até sarcástico em relação a sua condição. Espere várias partes engraçadas referentes a isso, principalmente quando os dois se conhecem.

     O romance entre Will e Lou foi gostoso de se presenciar, porque os dois vão passando a se conhecer e a gostar um do outro lentamente. Chega um momento que está tão na cara que eles se gostam que você só pensa: “Ah, beija logo!”. E o melhor desse casal é que eles conseguiram criar um ambiente de carinho, de entendimento mútuo e de apoio que jamais vi em um livro. Os dois eram muito fofos juntos! O melhor casal de livros de romance que eu já vi!

     A história estava tão boa e cativante que comecei a desacelerar no final. Não estava querendo termina-lo. Estava atrasando o máximo possível o término do livro. Não posso falar nada para vocês sobre a famosa pergunta: “Lou consegue fazer com que Will queira viver?”. Bem, se eu falasse não teria muita graça. Mas, saibam que recomendo a todos que gostem de um bom livro de romance e drama. “Como Eu Era Antes de Você” me deixou fortes impressões, várias coisas a refletir e me cativou muito. Aproveitem bastante essa maravilhosa obra de Jojo Moyes! Tenho certeza que Will e Lou vão cativar vocês tanto quanto me cativaram!

ALERTA DE SPOILER SOBRE O FINAL (Selecione para ver)

Como vocês vão perceber abaixo, não dei nota 10 para o livro. Mas, por que? Porque odeio finais onde o casal é separado. E é isso o que acontece em “Como Eu Era Antes de Você”. Will não muda de ideia nem depois que percebe seus sentimentos por Lou e nem quando esta se declara para ele. Consegui entender um pouco (BEM POUCO) a posição do personagem (e vocês não fazem ideia do quanto tentei), mas fiquei com a impressão de que o livro passou a mensagem de que o amor não importa. De que o amor não consegue mudar várias coisas. Simplesmente odiei isso. Até procurei saber um pouco do que a autora estava pensando e descobri uma entrevista em que ela explica que quis passar a mensagem de que não sabemos o que está na cabeça das pessoas que estão passando por uma dificuldade e que a sociedade julga muito. Até entendi o seu ponto de vista, mas Will e Lou eram tão lindos e fofos juntos que dá aquele aperto no coração. Além disso, acho que o livro tinha que passar a mensagem de que não importa as limitações da pessoa, nem tudo está acabado. Que é possível se reerguer, viver várias aventuras e encontrar o amor não importando sua condição física. Mas, enfim, não tiro por completo a mensagem da autora. Só sei que não foi nada como eu queria. No final já estava com lágrimas nos olhos e quase (por muito pouco mesmo) não comecei a chorar de verdade. Apesar do final que não me agradou, compensa bastante ler sobre a história de amor de Will e Lou <3

FINAL DE SPOILER

Nota: 8

Já leu o livro? Comente sobre suas opiniões sobre ele abaixo! Impossível terminar “Como Eu Era Antes de Você” e não querer falar sobre ele. haha

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